A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, ou SABESP, é uma das empresas mais proeminentes do Brasil, responsável por fornecer serviços essenciais de água e esgoto para milhões de pessoas em São Paulo.
Com uma história que remonta ao século XIX e uma avaliação de mercado de mais de R$ 50 bilhões, a SABESP é uma instituição importante no panorama do saneamento básico brasileiro.
A Origem e a Evolução da SABESP
Antes de falar propriamente sobre a SABESP, precisamos voltar no tempo. A preocupação com a saúde não é um tema recente na história da humanidade. Registros históricos mostram que os babilônios já empregavam técnicas de saneamento nas suas cidades em 3750 a.C.
Diversas técnicas já foram aplicadas pela humanidade. Os egípcios, por exemplo, utilizavam tubos de cobre no palácio do faraó Quéops.
Posteriormente, passaram a utilizar sulfato de alumínio para purificar a água. Saneamento básico é um tema com uma vasta história, mas em nosso país ainda é incipiente. São mais de 30 milhões de pessoas sem água potável e 100 milhões sem acesso a tratamento de esgoto.
É um segmento que demandará esforços consideráveis para resolver todos os problemas.
O surgimento da SABESP está intimamente ligado ao desenvolvimento do saneamento básico em São Paulo.
No século XIX, quando o Brasil ainda era um Império, a iniciativa privada era responsável pela gestão da água e do esgoto em todo o estado. Isso mudou em 1893, quando foi criada a Repartição de Água e Esgoto, marcando o início do envolvimento do Estado na prestação desses serviços.
Ao longo dos anos, várias mudanças estruturais ocorreram, culminando na formação da SABESP em 1973. A empresa foi criada como uma sociedade de economia mista, com o objetivo de implementar as medidas do recém-criado Plano Nacional de Saneamento.
Ao longo das décadas outras empresas públicas paulistas se ligaram à SABESP. Em 1994, ela foi registrada como empresa de capital aberto junto à CVM. Mas foi só em 1997 que suas ações começaram a ser negociadas na bolsa de valores, sendo listada na B3 com o código SBSP3.
Em 2004, a SABESP estreou na bolsa de valores de Nova Iorque, a NYSE, através de ADS (American Depositary Stocks).
Vale ressaltar que ela também é sócia de outras três empresas:
- Aquapolo Ambiental
- Attend Ambiental
- Paulista Geradora de Energia
Atualmente, a SABESP possui aproximadamente 10 milhões de conexões de água em 375 dos 645 municípios de SP.
Desde então, a SABESP cresceu e se desenvolveu para se tornar a empresa líder em saneamento básico no estado de São Paulo.
Para você ter ideia da grandeza da companhia, o faturamento dela em 2022 foi de 22 bilhões de reais.
Os Desafios do Saneamento Básico no Brasil
Apesar dos avanços significativos alcançados pela SABESP e outras empresas do setor, o saneamento básico ainda é um desafio para muitos brasileiros.
Mais de 30 milhões de pessoas no país não têm acesso à água potável, e 100 milhões não têm acesso ao tratamento de esgoto. Resolver esses problemas exigirá esforços consideráveis e investimentos substanciais no setor.
A 1ª etapa da Privatização da SABESP
Em dezembro de 2023, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou a privatização da SABESP. A decisão foi baseada na crença de que a privatização pode trazer benefícios significativos para a empresa e para o setor como um todo. No entanto, a privatização da SABESP é um processo complexo e envolve uma série de considerações legais, financeiras e políticas.
A expectativa é que a privatização seja concluída até o final do primeiro semestre de 2024. Os termos da oferta ainda não foram definidos, mas é provável que a privatização ocorra em duas etapas.
A primeira etapa envolverá a venda de uma participação de 15% do governo para um acionista de referência, com um lockup de 5 anos. A segunda etapa será uma oferta na bolsa de valores, com o objetivo de pulverizar o capital da empresa.
As estimativas são de que a oferta total gire em torno de R$ 20 bilhões, sendo R$ 5 bilhões na oferta primária e R$ 15 bilhões na secundária. Após todos esses trâmites, o Governo do Estado, que hoje tem 50,3% da Sabesp, passaria a deter entre 15% e 30%.
A 2ª etapa da Privatização da SABESP
Em maio de 2024, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou de forma definitiva o projeto de lei que permite a privatização da empresa. Como a cidade de São Paulo representa quase metade do faturamento da companhia, era necessário uma mudança na lei municipal para viabilizar a venda.
Vale mencionar que o projeto de privatização prevê uma golden share ao governo estadual, o que significa que ele terá direito a veto sobre determinadas decisões, como mudança de sede, mudança de nome da companhia, entre outras prioridades.
Algumas das metas que a empresa deverá seguir são:
- universalizar todo serviço de água e esgoto em todos os municípios atendidos até 2029;
- reduzir tarifas, com foco nos mais vulneráveis.
O Futuro da SABESP
O futuro da SABESP é incerto, mas a privatização pode abrir novas oportunidades para a empresa e para o setor de saneamento básico como um todo. A privatização pode atrair investimentos estrangeiros e melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados pela empresa.
No entanto, a privatização também pode trazer desafios, como a necessidade de regulação eficaz e a garantia de que os interesses dos consumidores sejam protegidos.
Segundo a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), os principais interessados na SABESP são fundos nacionais e internacionais com foco em infraestrutura.
Mas e o interesse por parte de outras empresas do setor? Apesar de existir a chance de compra de participação na Sabesp por outras operadores privadas, essa possibilidade é remota. Os principais motivos seriam as especificidades da urbanização de São Paulo e o alto nível de alavancagem dessas empresas.
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