Quem puxou o freio de mão?
Por Thiago Duarte
Digníssimos leitores e leitoras. Se você nos acompanha toda semana, é bem possível que já tenha lido por aqui que o mercado de veículos pesados estava voando. Pois é, estava. Do verbo não está mais. 😅Ou pelo menos é o que parece, se a gente considerar o baque que o setor sofreu nos últimos meses.
Conforme a gente pode ver aqui, em 2021 foram vendidos 128 mil caminhões. Esses números vieram numa crescente desde 2017, — com uma pausa para respirar em 2020, devido à pandemia — como podemos ver na imagem abaixo tirada do Anuário de 2021 da FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Acontece que as vendas em 2021 foram tão boas que deixaram o setor otimista, projetando para 2022 a venda de 145 a 150 mil caminhões. O problema é que isso não vai rolar. Agora, se a gente encerrar o ano com o mesmo número do ano passado, já vai ser uma vitória.
A média mensal de vendas caiu e deu pane na bola de cristal do setor. Afinal, esse negócio de tentar prever o futuro com eficiência já não é feito mais desde a ruína de Delfos e dos seus oráculos 😅.
Mas o que aconteceu tão de repente?
Bom, não foi de repente. Desde 2021 o país vem numa crescente, puxando a taxa de juros cada vez mais. O aumento da Selic traz junto o custo da grana necessária para financiar o crescimento de empresas, das vendas e aquecer a economia. O resultado esperado é um só: esfriamento da demanda.
Esse setor precisa de muito capital, logo, usa muito dinheiro emprestado. Agora, dá uma olhada na queda dos financiamentos nas vendas.
Fonte: Mercado de caminhões: o ano que não foi! - Opinião - InfoMoney
Com menos dinheiro disponível, é natural que as vendas, ao menos, parem de crescer. Somado a isso, com a entrada da nova motorização em 2023, por força do P8 (Euro 6), modelos como o Super 460 6×2 e do 560 6×4 chegam a custar mais de R$ 1 milhão. Um aumento de 20% em relação à versão do motor anterior.
Geralmente, essa troca de motores costuma criar uma corrida de compradores ávidos até as concessionárias, para evitar pagar mais caro pelo "mesmo" caminhão no ano seguinte. Mas, ao que parece, não rolou dessa vez.
O resumo da ópera é o seguinte: os caminhões ficaram mais caros, o combustível sofreu oscilações importantes nos últimos anos, o dinheiro está mais escasso e a economia vai crescer pouco. Ou seja, para 2023 não adianta ser muito otimista nas projeções.
Conheça o Vô Logemann (e a criação da SLC Agrícola)
Por Gabriel Boente
No dia 18 de setembro do ano 53 depois de Cristo, nascia o futuro imperador de Roma, chamado Marco Úlpio Trajano. Ele ficou conhecido por suas políticas de expansão do Império Romano, que favoreciam a colonização de novos territórios, e por ser o melhor gestor de todos os que já haviam governado o império.
No mesmo dia 18 de setembro, mas agora em 1927, também teve início uma história de colonização e boa gestão: é o dia da fundação da colônia de Belo Horizonte, no Rio Grande do Sul (RS), que hoje é a cidade de Horizontina. Lá é a terra natal de duas personalidades relevantes para o Brasil: a modelo Gisele Bündchen e o Grupo SLC.
Como não somos tão bons em analisar desfiles de moda, hoje vamos falar sobre a empresa mesmo. 😅
A colônia de Belo Horizonte foi fundada pelo engenheiro alemão Frederico Jorge Logemann, que é o representante da primeira geração da família Logemann por aqui.
Seu primeiro empreendimento foi a empresa Dahne, Conceição & Cia. Por meio dela, ele prestou diversos serviços para o Governo Estadual, como a construção de estradas, ferrovias e pontes pela região.
Como pagamento, ele recebeu terras no noroeste do estado e foram elas que deram origem à colônia.
Como um dia disse o sábio: "onde tem colônia, há colonos". Naquela época, o Brasil, principalmente na região Sul, vinha recebendo um grande fluxo de imigrantes europeus que tentavam começar uma vida nova. Essa história não foi diferente em nossa Belo Horizonte gaúcha, que se transformou em um Distrito do Município de Santa Rosa, em 1937, sendo rebatizada como Vila Horizonte. O motivo da troca, segundo algumas lendas, foi que alguns moradores não curtiam muito ter o mesmo nome da capital de Minas Gerais.
As poucas famílias que pra lá iam, abriam negócios e ofereciam serviços que auxiliavam o desenvolvimento da comunidade. No meio dessa galera, é claro que não podia faltar Frederico, o fundador da colônia. Ele era engenheiro e resolveu se juntar com o seu amigo Balduíno Schneider, em 1945, para abrir uma oficina.
Ela começou como uma pequena serraria, que se tornou um moinho de trigo, depois uma ferraria, até, finalmente, começar a trabalhar com reparos e desenvolvimento de ferramentas agrícolas. Ali estava criada a Schneider, Logemann & Cia, ou simplesmente SLC.
Os dois sócios iniciais da SLC perceberam a oportunidade do agronegócio na região. Lá já se produzia soja e milho. Assim, em 1947, decidiram fabricar suas próprias máquinas agrícolas pra atender aos produtores locais.
Passados 75 anos, hoje a SLCE3 é uma das maiores empresas do agronegócio listada na bolsa. Ela tem quase 5 vezes a área do município do RJ de terras sob gestão, onde produz soja, milho e algodão.
Com uma valorização das ações de quase 600% desde o seu IPO em 2007, será que vale a pena investir em uma empresa do agro?
É isso o que você vai descobrir nesse relatório!
😎Fala Dudu!
Sua carta sátira semanal do gestor do primeiro hedge fund de Niterói
Por @dudufromniteroi
Salve, meus sobrinhos! Titio Dudu de Nikiti, diretamente do Catar, trocando uma ideia com vocês. Eu nunca tinha vindo a Doha, então tô meio perdido com todo mundo de branco. Eu não consigo saber se é um local, se é o mascote da copa ou se é um fantasma de algum trabalhador que morreu nas obras da copa.
OBS: a acidez vai estar mais alta que o normal nesse mês pois estou aqui contra a minha vontade (ainda bem que não sou jornalista).
Vamo pra sua alegria?
BOLETA A COPA - Então, eu nem queria vir pra cá ver a copa. Teve um cara aí esses dias que prometeu picanha pra geral, então tava nessa expectativa. Na quinta passada, pedi pro estagiário Luquinhas boletar a Copel pra mim, com urgência (sonhei que estava no Paraná comendo pastel e um rato foi embora da feira. Claramente, uma premonição do Ratinho Jr saindo da Copel, que rima com pastel). O energúmeno foi lá e entendeu "boletar a copa" e comprou o pacote completo para o Catar… então tô por aqui agora, né kkkk
Enquanto isso, a Copel (CPLE6) subiu mais de 20% na segunda-feira, pois o governo do Paraná realmente anunciou que vai se desfazer de parte das suas ações, deixando de ser o acionista controlador.
Ah! Antes que eu me esqueça: vaga de estágio reaberta na NAM.
ECONOMIA NAS ESCOLAS - Falando em Catar, aqui vemos um exemplo de finanças pessoais como política pública. Pouco antes de começar a copa, o governo proibiu a venda de cerveja nos estádios. Você pensa que é por conta da religião deles, mas não é! É política pública! Veja, um copo de meio litro de Budweiser tá custando R$ 75. Pra evitar que um emocionado gaste esse valor imbecil em uma cerveja rala, o governo INTERVIU! Educação financeira é sobre isso! 🤩
Se o Catar ainda tentar me fazer comprar uma LTN, vou desconfiar seriamente que o Ministro da Economia seja um influencer BR que me ensina a investir.
Mais um exemplo que o Brasil precisa seguir!
PROIBIRAM O ARCO-ÍRIS - As seleções europeias, em forma de protesto contra os direitos da comunidade LGBT, iam botar os capitães para usar uma braçadeira com as cores do arco-íris. Aí a FIFA, que ainda tá recebendo a 8ª parcela da escolha do país-sede, disse que tava proibido o arco-íris e quem usasse poderia tomar um cartão amarelo.
Aparentemente, os europeus se importam com os direitos da comunidade gay, mas um cartão amarelo é o limite. Então, em um ato que vale mais que um selinho na prima pra perder o bv (ainda é um selinho, ok?), os jogadores da Inglaterra se ajoelharam antes do jogo começar.
Parabéns aos jogadores da Inglaterra pela coragem!
DEVO, NÃO NEGO - Vamos voltar ao cenário econômico. Aparentemente, um gordinho esquisito de cabelo bagunçado, que joga LOL durante as calls com investidores, realmente tava enrolando todo mundo. Quem diria, não?
O Sam Bankman-Fried (SBF) está foragido de tudo após o colapso do império bilionário da FTX, sua corretora que "não tankou e foi de base" ("morreu", na linguagem gamer). Após dar entrada no processo de falência, saiu a notícia que a FTX (e o SBF) estão devendo mais de 3 BILHÕES DE DÓLARES aos seus credores. Surgiram rumores que o SBF teria fugido para a Argentina, mas nosso departamento de ciências políticas verificou que ele foi lá para ouvir uma proposta para assumir o Ministério da Economia argentino mesmo.
No fim do dia, a antiga frase de Paul Gett sempre vale: "Se você deve 100 dólares ao banco, é seu problema. Se deve 1 milhão, é problema do banco".
Se você deve 3 bilhões de dólares? Aí são muitos bancos que você conseguiu dar a volta.
O ÚNICO ILAN - Pra acabar, deixando aqui meus parabéns ao padrinho Ilan Goldfajn, ex-presidente do BACEN, que vai assumir a presidência do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ele será o primeiro brasileiro da história no cargo.
Sem piadinha, só parabéns mesmo!
E é isso, família! Bons sonhos e boa Copa pra gente! Agora vou de rolé com meus parceiros de Bangladesh (mais 30 min de papo e eu compro o país kkkk).
🍷 Sommelier
Consumimos de tudo. Trazemos o que importa
📺 Vídeos
Quem olha de longe, tem a impressão de que o Facebook, atualmente conhecido como Meta, está indo pro brejo! Quem olha de perto, também! 😅
Brincadeiras à parte, nem tudo é notícia ruim para a Meta. Se você quer entender o que anda rolando por lá, então assista ao vídeo do nosso analista, Thiago Duarte, que vai te dar uma boa ideia dos últimos números da empresa:
⏳ Atemporalidades
Leia agora, leve pra vida.
Existem dois momentos na vida de um homem em que ele não deveria especular: quando tem dinheiro para tal e quando não tem. — Mark Twain, Following the Equator
Aprenda a ficar tão confortável com o caos quanto com a ordem. Ambos são apenas dois pontos em um espectro, nem inerentemente melhores ou piores. Toda situação pede um ou outro — @fortelabs
Por hoje é só pessoal 🤙
Bebam café, se hidratem e boa copa!
Boa semana e bons negócios!
Tem alguma dúvida, crítica ou sugestão pro Diário? É só responder a esse e-mail, comentar aqui embaixo se você estiver vendo pelo Substack ou mandar uma mensagem no Twitter/Instagram de qualquer um dos nossos analistas!
