Pinky & Cérebro: os problemas da Aeris com a dominação mundial
Por Guilherme Cruz
Em várias análises de mercado do setor eólico, a China é considerada um mundo à parte.
Isso porque as fabricantes ocidentais praticamente não entram no país, o que é contrabalanceado pelo fato de que as chinesas também quase não exportam. Em 2020 o cenário era mais ou menos assim: as principais fabricantes do mundo tinham 5% do mercado chinês, enquanto as fabricantes chinesas tinham 2% demarket shareglobal.
Como a demanda interna é suficiente para absorver praticamente tudo o que elas produzem (só pra dar um número, em 2021 a China encomendou 80% do total da capacidade eólicaoffshoreinstalada no mundo, quase 17 GW), as fabricantes chinesas têm preferido focar mais em ventilar suas casas mesmo.
Mas esse cenário pode estar prestes a mudar.
As fabricantes europeias de turbinas estão enfrentando dificuldades financeiras com a inflação. O aumento do preço de matérias-primas , como o aço e o cobre, encarece o custo de fabricação das turbinas. As fabricantes têm dificuldade pra repassar esses custos, porque os preços dos equipamentos são definidos junto aos clientes com anos de antecedência, dado que os prazos de entrega das máquinas são longos.
Isso abre espaço pra concorrência chinesa, que se beneficia de sua grande indústria siderúrgica local e consegue produzir turbinas com custo menor. Os chineses já estão entrando nos países emergentes, mas pouco impede que eles venham também pra Europa.
Pra Aeris, que deve fechar 2022 atendendo a 4 clientes (Vestas, Nordex, Siemens-Gamesa e WEG), sendo 3 deles europeus, a situação no exterior pode começar a ficar feia.
No mercado interno a empresa pouco sofre com isso diretamente. Como o BNDES, que financia a maioria dos projetos de parques eólicos do país, exige regras de conteúdo localpara as máquinas a serem implantadas, a empresa fica protegida. Mas no exterior, que representa um céu de possibilidades de crescimento, a Aeris depende, no momento, exclusivamente das suas clientes europeias. Será que as chinesas vão querer negociar com ela lá fora?
Uma aproximação entre as empresas chinesas e a Aeris, necessária pra rolar o que falamos acima, pode ter começado recentemente. A Goldwind, fabricante de turbinas lá do outro lado do mundo, anunciou recentemente que quer fincar os pés por aqui, construindo uma fábrica no Nordeste. A Aeris, que não é boba nem nada, disse que fez um NDA (non-disclosure-agreements, acordo de sigilo de informações) com ela.
Vamos ver o que sai desse negócio.
Se tiver curiosidade pra saber mais sobre a AERI3, que leva um tombo de -70% até agora, diga-se de passagem, fique de olho no VBOX, pois ela será a próxima empresa do setor industrial a aparecer por lá. Será que é oportunidade ou furada?
A história por trás de uma das mentes mais brilhantes do mundo
Por Thiago Duarte
Recentemente, o mundo se viu envolvido em dois grandes dramas: a escassez global de semicondutores e a crescente competição estratégica entre a China e os Estados Unidos. Uma das principais empresas em ambos os dramas é a TSMC, amplamente conhecida por investidores no mundo todo.
Agora, o que a gente aposta que você não conhece é a história do seu fundador. A indústria de semicondutores, da qual os dois países são dependentes (e o resto do mundo também), é interconectada.
O design acontece nos Estados Unidos, a fabricação é feita em Taiwan ou na Coreia do Sul, a partir de produtos importados do Japão, da Alemanha, uma parte até da Ucrânia, e a montagem final do produto ocorre na China.
A cadeia de suprimentos é longa e delicada, assim como os chips feitos pela TSMC, que hoje em dia servem como um escudo de Taiwan contra a ameaça de uma invasão chinesa.
A proteção da TSMC consiste no fato de que ela é grande demais para quebrar e essencial para nossos carros, eletrônicos e exércitos mundiais.
E tudo isso começou com Morris Chang.
Morris nasceu em julho de 1931, no sudeste da China. Sua infância foi marcada por três guerras: a Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Civil Chinesa. Apesar da sua família ser de classe média, eles não eram bem de vida.
Isso motivou Morris a estudar e a trabalhar muito. Aos 18 anos e foi aceito em Harvard. Quando recebeu a notícia, a sua reação, de acordo com as suas próprias palavras, foi de "pura euforia e quase incredulidade".
O problema é que Harvard era ótima para produzir elites sociais e acadêmicas, como advogados, contadores e políticos, mas não era tão boa para engenheiros e Chang já sabia que queria ser engenheiro. Por isso, depois do seu primeiro ano lá, ele pediu transferência para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e concluiu rapidamente o seu bacharelado e mestrado em Engenharia Mecânica.
Ele até tentou fazer um doutorado, mas falhou em seus exames de qualificação duas vezes. Sem doutorado para fazer, Morris começou a trabalhar na Sylvania Electric Products. Logo se tornou um dos principais engenheiros da empresa e, em 1958, recebeu uma oferta para se juntar à Texas Instruments como supervisor de engenharia, com responsabilidades sobre uma linha de produção.
Na época, a IBM estava trabalhando em um produto que, eles acreditavam, representaria uma grande inovação: seu primeiro computador mainframe, que usava transistores em vez de tubos de vácuo. Pra dar conta da demanda, a IBM fez uma terceirização da sua produção de chips para a Texas Instruments, que também era gigante na época.
Esse foi o embrião do que definiria a carreira de Chang. Um modelo em que uma companhia que fazia um hardware ambicioso, terceirizava a produção de chips para uma companhia em que ele trabalhava. Quando Morris começou a trabalhar na Texas Instruments, a planta da IBM estava produzindo chips com um rendimento de cerca de 10%.
No jargão da indústria, o yield da produção era de 10%. Num processo tão delicado e complexo quanto a fabricação de semicondutores, pequenos defeitos se acumulam em altas taxas de erro. Isso significava que nove entre dez chips produzidos pela IBM falhavam.
Depois de um tempo batendo cabeça e experimentando “receitas”, Morris conseguiu melhorar o yield da sua linha de produção para cerca de 20%. Isso parece pouco se comparado aos números de hoje, mas na época foi um marco. Tanto que, em 1961, Morris foi promovido a gerenciar uma grande seção de engenharia que desenvolvia transistores de germânio.
Com o objetivo de apoiar o seu jovem e promissor funcionário, a Texas Instruments se ofereceu para pagar o doutorado de Morris. Dessa vez ele passou com louvor no exame de qualificação e, poucos meses depois do seu retorno, o vice-presidente da divisão de semicondutores o convidou para assumir o comando de um departamento de produtos. De repente Morris virou gerente geral, responsável por mais de 2.000 pessoas.
A Texas Instruments começou a fabricar transistores em escala e Morris fez outra contribuição altamente lucrativa para a empresa. Em vez de cobrar caro dos seus clientes pelos produtos, Morris percebeu que o melhor a se fazer era otimizar a produção. E qual era a melhor forma de otimizar a produção? Produzindo mais.
Ele contratou a Boston Consulting Group para formalizar o seu pensamento. O resultado foi a Curva de Aprendizagem de Preços, um modelo que estabelece preços baixos no início para impulsionar o volume de fabricação e aumentar a produtividade, rapidamente. Além disso, como consequência positiva, ao reduzir o preço, a Texas Instruments também foi capaz de reconquistar o market share que havia perdido.
Isso tornou o departamento de circuitos integrados da Texas Instruments o maior e mais rentável departamento de circuitos integrados do mundo. E Morris foi promovido de novo, dessa vez a vice-presidente. Agora ele era responsável pelo negócio de semicondutores da Texas Instruments inteira. Pra quem tinha saído da China para os Estados Unidos quando tinha apenas 18 anos, era uma posição e tanto.
Morris ficou nesse cargo por seis anos, até ser transferido para a divisão de produtos para o consumidor. A Texas Instruments é muito conhecida pelas calculadoras que produziu e isso não é à toa. A gestão da empresa apostou nesse mercado e mandou Morris para dirigir o setor.
Foi um erro. Os produtos eram diferentes, os clientes eram diferentes, o mercado era diferente e Morris não conseguiu fazer o setor vingar. Então, cinco anos depois de ser transferido para lá, transferiram ele de novo para ser VP de qualidade e eficácia de pessoas (quase um diretor de RH). Esse movimento desmotivou Chang, que acabou não durando muito mais tempo na empresa, até que, em 1983, resolveu sair renunciando a 30 anos de serviço.
Claro que isso não passou despercebido por outras empresas. Um dos melhores engenheiros de semicondutores do mundo estava repentinamente desempregado. O telefone de Morris começou a tocar. Uma das ligações que ele recebeu foi da General Instruments. Eles não eram tão grandes quanto a Texas Instruments, mas ainda eram da Fortune 500.
No entanto, Morris não durou muito tempo na General Instruments, pois surgiu uma oportunidade inesperada e um tanto peculiar.
Nos anos 70 ele havia viajado para Taiwan duas vezes, para se reunir com autoridades governamentais e discutir a construção de uma fábrica lá. Eles claramente se lembraram dele quando lhe ofereceram o cargo de presidente da Instituição de Pesquisa de Tecnologia Industrial (ITRI). A ITRI era um esforço do governo taiwanês para responder a uma das questões mais importantes enfrentadas por qualquer país em desenvolvimento: como manter de forma sustentável o padrão de vida de sua população.
Naquela época, Taiwan não tinha a economia de primeira linha que tem hoje. Suas forças eram produtos agrícolas e bens manufaturados de baixo valor. O governo da época estava comprometido com a mudança para uma cadeia de valor mais alta e sabia que, para alcançar esse objetivo, precisaria desenvolver capacidades de ponta e tecnologias de maior valor. A ITRI foi criada com a missão de conduzir pesquisas científicas aplicadas para fins industriais e, em seguida, fazer o spin-off dos produtos bem-sucedidos como empresas privadas.
Foi aqui que ofereceram um emprego pra Chang.
Chang encarou aquilo como um desafio. E em um ambiente completamente novo, ele se tornou o presidente da ITRI. No início não foi fácil. Ele era um estrangeiro, nascido na China continental, e tinha aprendido tudo o que sabia sobre semicondutores nos Estados Unidos. Mas estava fazendo progresso, compartilhando seus conhecimentos e transformando a ITRI em uma organização de alto desempenho, quando foi abordado porLi Kwoh-ting.
O Li era uma figura extremamente importante no desenvolvimento econômico de Taiwan. Depois de mais de uma década como ministro da Economia e da Fazenda, estava encarregado de promover a ciência e a tecnologia em Taiwan.
E foi aí que ele apresentou um plano para Chang. O governo taiwanês queria desenvolver expertise em semicondutores. Eles tinham a tecnologia de fabricação, que haviam licenciado da RCA, além de estarem dispostos a investir mais. O que era basicamente um cheque em branco.
Chang teve quatro dias para desenvolver um plano de negócios. Sua conclusão foi muito direta: eles tinham muito pouca força na indústria, nenhuma em design de circuitos integrados, pouco em vendas e marketing e muito pouco em propriedade intelectual. O que Taiwan tinha era uma vantagem competitiva na fabricação do wafer de semicondutor.
Com base nisso, Chang decidiu criar uma empresa B2B, coisa completamente nova até então. Uma empresa que só fizesse chips e não tivesse mercado no consumidor final.
Você se lembra da época em que ele trabalhou na Texas Instruments, fazendo chips para a IBM? A nova empresa era tipo isso, mas focada nos semicondutores, sem chips e produtos prontos.
O problema agora era levantar dinheiro, pois uma empresa desse porte custaria entre US$50 e US$100 milhões e os investidores tinham dificuldade em enxergar a viabilidade na produção apenas de semicondutores, sem que a empresa produzisse também os seus próprios produtos.
Mas Chang viu que a indústria de semicondutores estava evoluindo e se concentrando, de forma progressiva, em processos de fabricação cada vez mais sofisticados. Isso iria demandar especialização. Por isso uma fábrica puro-sangue poderia ser a solução, removendo a necessidade de cada startup de semicondutores construir sua própria fábrica.
A princípio pareceu um tiro no escuro, mas ele confiava em seus 30 anos de experiência na indústria de semicondutores.
Lembra do dinheiro do governo? Ele veio, mas só a metade. O resto Chang teve que levantar. Ele até tentou a Texas Instruments e a Intel, mas eles não conseguiram enxergar o que ele enxergava. Então, após ter esgotado praticamente todas as outras opções, ele se reuniu com uma fabricante holandesa de eletrônicos, a Philips.
A Philips acabou investindo 28% do capital. Eles também compartilharam algumas informações-chave sobre o processo de litografia que era usado pelas principais empresas de semicondutores, em meados dos anos 80. Litografia, se você não sabe, é o processo de criação dos circuitos nos semicondutores.
Alguns empresários locais também foram fortemente incentivados a investir, pelo governo de Taiwan. No final, Morris conseguiu levantar a outra metade do capital. A TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) começou as suas operações em 1987, com Chang como seu fundador e CEO, e um capital de quase US$ 200 milhões.
De lá pra cá a empresa cresceu. Não foi exatamente fácil, já que, em 1991, as empresas de semicondutores estavam acostumadas a serem verticalizadas. Em inglês o nome era integrated devices manufactorers, ou empresas que faziam o design e a produção dos próprios chips, inclusive dos produtos para os consumidores finais. Como a própria Texas Instruments fez com as calculadoras.
A ideia de Chang era que essas indústrias deixassem a verticalização e terceirizassem a produção dos componentes. Os equipamentos seriam modulares. Ou seja, era só combinar os módulos para atender a necessidade dos seus consumidores.
Eventualmente essa moda pegou e as interfaces modulares se tornaram padrões. Aí, startups começaram a surgir sem a necessidade de criar uma fábrica. Era só contratar a TSMC para produzir os chips. De repente, uma indústria que era definida pela integração vertical, devido aos seus altos custos de capital e de propriedade intelectual, passou a ser definida pela integração horizontal.
Em 1994, um ano após a abertura da sua terceira fábrica, a TSMC realizou sua oferta pública inicial (IPO) em Taiwan, com um valor de mercado de US$ 4 bilhões. Nos primeiros anos do século XXI, impulsionada pelo crescente mercado de chips dedicados a gráficos, a TSMC alcançou e ultrapassou os seus concorrentes.
A TSMC venceu os seus rivais e se colocou em uma posição quase imbatível, porque maximizou suas oportunidades de aprendizado. Primeiro, ao produzir chips para uma grande variedade de clientes (Qualcomm, Apple, Nvidia, Tesla, AMD) ela precisava lidar com todos os tipos de problemas. Segundo, quanto mais chips eles produziam, mais eles podiam reinvestir em pesquisa e desenvolvimento. Hoje a TSMC tem um dos portfólios de patentes mais valiosos do mundo.
Em 2009 rolou uma mudança de paradigma gigante no consumo de eletrônicos, a maior desde que a TSMC foi fundada. Sim, os smartphones.Tudo bem que foi um pouco antes, mas começou a pegar tração mesmo em 2009, com o iPhone 4.
A Apple começou comprando chips da Samsung, mas então a Samsung decidiu que era hora de fazer seus próprios smartphones, em concorrência direta com a Apple. A Apple não gostou disso e a relação azedou de vez quando a Apple processou a Samsung por infração à sua propriedade intelectual.
Essa experiência levou a Apple a diversificar sua cadeia de suprimentos e cair direto nos braços da TSMC. Em setembro de 2014, a Apple lançou o iPhone 6, que tinha um processador da TSMC.
Em 29 de setembro, um ano depois, a Apple anunciou que a TSMC forneceria 100% dos chips A9 para o iPhone 6S e o iPhone 6S Plus. A partir de então, a Apple tem se mantido fiel à TSMC, o que é ainda mais notável quando se considera o risco potencial de ser totalmente dependente de um único fornecedor, para produzir o seu componente mais crítico.
Mas a TSMC não é como a maioria dos fornecedores. Em primeiro lugar, a TSMC mudou o seu ciclo de lançamento anual para atender toda a nova geração do iPhone que precisava de um processador melhorado a cada modelo novo.
Em segundo lugar, a TSMC é uma das poucas empresas que podem acompanhar a Apple quando se trata de investimento em capital. Em 2013 gastou US$ 9 bilhões de CAPEX para construir uma fábrica em Taiwan, que só produz chips para a Apple.
Assegurar a parceria com a Apple foi um dos maiores feitos de Chang. Tanto que, depois disso, ele deixou o cargo de CEO em 2013, mas ficou como presidente do conselho. A escala incrível da TSMC foi construída sobre uma base de confiança. Haviam mais de 20 empresas líderes em meados de 2010, mas apenas seis ainda existem hoje. Dessas 6, só duas empresas produzem os chips de 3 nanômetros de ponta: a TSMC e aSamsung.
Na verdade, a TSMC está meio atrasada nessa produção. Mas prometeu entregar até o final deste ano.
Em meados de 2018 Morris Chang se aposentou pra valer, com 86 anos na época.
Em 2020 a TSMC anunciou um lucro operacional de 20 bilhões de dólares, com 48 bilhões de dólares de receita. Sua Margem Bruta está na vizinhança de 50%. A TSMC tem 90% do mercado de chips de 5 nanômetros, mas ela quer expandir. O plano da empresa é gastar cerca de 40 bilhões de dólares em Capex em 2023.
A TSMC é uma história sobre globalização. É uma história sobre o milagre econômico de Taiwan. E é uma história sobre Chang, um homem com um pé na Ásia e outro no Ocidente, que construiu a melhor empresa de fabricação de chips do mundo e se tornou uma das mentes mais importante da nossa época..
Detalhe, foi um chinês, nascido no continente, o maior responsável por criar a proteção mais efetiva de Tawain contra uma invasão da China. Não é à toa que os EUA interferem tanto nas ofensivas chinesas contra a ilha. Inclusive, a China não aceita a independência de Tawain e diz que o território da ilha é território chinês.
Enquanto isso, a TSMC já anunciou, no ano passado, a construção de fábricas nos EUA, possivelmente como forma de estreitar as relações e garantir uma espécie de porto seguro, em caso das coisas azedarem.
😎Fala Dudu!
Sua carta sátira semanal do gestor do primeiro hedge fund de Niterói
Por @dudufromniteroi
Alô meus primos! Duduzin from Niterói, a cidade sorriso, diretamente de Amsterdã, curtindo minhas férias em alguma cafeteria, enquanto o mundo se esvai em caos e granadas.
Bora pras notícias de ontem?
PAÍS DE 3º MUNDO - Ontem, dia 24/10, Rishi Sunak foi escolhido como o novo Primeiro-Ministro Britânico. Desde as eleições gerais de 2019, a Inglaterra já teve 4 Chefes de Governo diferentes. Inclusive Sunak é o terceiro premiê britânico em menos de dois meses.
Somado a isso, temos que a inflação na terra do Rei Charles está nos dois dígitos: 10,1% em setembro, no acumulado de 12 meses. A última vez que a inflação chegou neste nível, o novo Primeiro-Ministro tinha apenas 2 anos de idade, em 1982.
Ou seja, com uma instabilidade política e econômica deste tamanho, a Inglaterra caminha a passos largos para se tornar um país de 3º mundo (em breve vão chamar as Falklands de Malvinas, tá? Vai vendo)
GREETINGS FROM BEIJING - Pois é, família. Deu a lógica e Xi Jinping foi reconduzido à presidência da China e do Partido Comunista Chinês pelo 3º mandato seguido. Até pouco tempo atrás era proibido por lei, e politicamente inconcebível, que um político chinês conseguisse o terceiro repeteco.
Dá pra adiantar e dizer que, hoje, Xi Jinping é o político mais poderoso do mundo e vai ficar até 2027, pelo menos.
Apesar disso, essa recondução (não tem reeleição se não existem eleições) não foi tão bem recebida assim pelos mercados. Em Hong Kong o índice Hang Seng caiu 6,36%, a pior queda diária desde 2008, no olho do furacão da crise do subprime.
Vamos acompanhando.
TODAS AS INOVAÇÕES DO REI - Eu lembro quando o Nubank surgiu: tinha aquele quê de exclusividade, pois só abria a conta mediante convites, tinha aquele Customer Service fabuloso, que nenhum banco conseguia prestar (como escrever carta a mão e mandar bobeirinhas). Mas já dizia o filósofo: “Ou se morre como herói, ou vive-se o bastante para se tornar o vilão”.
Hoje o Nubank recebe diversas reclamações por um atendimento ruim (tente não tomar um golpe, amigo), sistema que fica fora do ar, taxas altas, conselho estratosfericamente remunerado, Anitta fora do conselho (essa me deixou triste, confesso).
Mas nada temam, investidores e clientes! O banco mais roxinho do Brasil anunciou a sua mais recente inovação, que vai gerar mega valor para os clientes: uma criptomoeda própria, a Nucoin (não chamaram de pedacinhocoin, o que é um erro grotesco do marketing).
“Segundo o Nubank, o objetivo é permitir que os clientes tenham descontos e benefícios ao acumular os Nucoins”. Ou seja, nada a ver com programa de milhas. Vocês que tão pensando dentro da caixinha.
RETA FINAL DA FESTA DA DEMOCRACIA - Pois é, meu eleitores! A festa da democracia está acabando. Dia 30 tem o segundo turno e aí tudo volta ao que era antes: pessoas se odiando e a classe política desviando dinheiro.
Como eu também estou cansado, meti o pique Ciro Gomes e vim pra Europa, deixando os meus negócios a cargo de jovens dos quais ninguém gosta, sem motivo algum (abs Tábata Amaral).
Vamos para as últimas curtinhas políticas das eleições? (eu também sentirei falta)
É isso, amigos! Fiquem com Deus e votem com consciência!
⏳ Atemporalidades
Leia agora, leve pra vida.
Sem estratégia, a execução não tem objetivo. Sem execução, a estratégia é inútil. — Morris Chang
Não há melhor professor do que a história para determinar o futuro. Há respostas que valem bilhões em um livro de história de 30 dólares. — Charlie Munger, Poor Charlie’s Almanack.
Por hoje é só pessoal 🤙
Bebam café, se hidratem e pensem o que seria das suas vidas sem os semicondutores.
Boa semana e bons negócios!
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