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Ludwig von Mises: O Gênio por trás da Escola Austríaca

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Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

Introdução

Ludwig von Mises foi um renomado economista austríaco do século XX. Suas ideias e teorias, reunidas na chamada Escola Austríaca de Economia, influenciaram profundamente a forma como entendemos e estudamos a ciência econômica.

Vamos explorar os principais aspectos da vida e do legado de Mises, desde suas teorias fundamentais até as diferenças em relação a outros economistas proeminentes, como John Keynes.

  • Quem foi Ludwig von Mises?
  • Qual a teoria de Mises e o que ele defendia?
  • Quais as diferenças entre os pensamentos de John Keynes e von Mises?

Quem foi Ludwig von Mises?

Ludwig von Mises foi um proeminente economista e filósofo austríaco, nascido em 1881, em Lemberg (hoje Lviv, na Ucrânia), e falecido em 1973, em Nova Iorque. Ele é considerado uma das figuras mais influentes na área da economia do século XX, especialmente no campo da economia liberal e da Escola Austríaca de Economia.

Mises nasceu em uma família judia e cresceu em uma Viena vibrante, que na época era um centro intelectual e cultural de renome.

Ele estudou direito e economia na Universidade de Viena, onde foi aluno de Eugen von Böhm-Bawerk, outro economista austríaco renomado. Mises logo se destacou como um pensador brilhante e dedicado, e suas ideias começaram a ganhar reconhecimento.

Ao longo de sua carreira, Mises desempenhou um papel crucial na defesa do liberalismo clássico e da livre iniciativa econômica.

Ele argumentava que o livre mercado era o melhor sistema para a coordenação eficiente da atividade econômica e a alocação de recursos.

Mises acreditava que o governo deveria ter uma intervenção mínima na economia, pois considerava que a ação humana individual, orientada pelos preços de mercado, era a base para a prosperidade e o progresso.

Uma das principais contribuições de Mises foi sua teoria do ciclos econômicos, apresentada em seu livro "Teoria do Dinheiro e do Crédito".

Ele argumentava que as flutuações nos ciclos econômicos eram causadas principalmente pela expansão descontrolada do crédito bancário, que levava a distorções na estrutura de produção e, eventualmente, a crises econômicas.

Essa teoria se tornou um dos pilares da análise econômica austríaca e influenciou gerações de economistas.

Além de suas contribuições teóricas, Mises também desempenhou um papel importante como defensor da liberdade individual e dos direitos de propriedade.

Ele criticava fortemente o socialismo e a planificação central da economia, argumentando que eles levariam a uma sociedade menos próspera e menos livre.

Mises via o mercado como um mecanismo de cooperação social pacífica, onde os indivíduos, através de suas ações voluntárias, buscavam atender às suas próprias necessidades e às dos outros.

Mises foi forçado a deixar o país em 1934, por ser judeu e por conta da situação política do seu país na época.

Ele emigrou primeiro para a Suíça e depois para os Estados Unidos, onde se tornou professor na Universidade de Nova Iorque. Nos Estados Unidos, Mises continuou a desenvolver seu trabalho e a influenciar novas gerações de economistas e estudiosos.

Qual a teoria de Mises e o que ele defendia?

Ludwig von Mises, renomado economista austríaco, desenvolveu uma série de teorias econômicas que fundamentaram sua defesa do liberalismo clássico e da economia de mercado.

Sua visão abrangente e suas defesas apaixonadas o tornaram uma figura central na Escola Austríaca de Economia e um dos principais críticos do intervencionismo governamental.

Uma das teorias centrais de Mises é conhecida como a Ação Humana, expressa em seu livro de mesmo nome.

Ele argumentava que toda ação humana é orientada por um objetivo e visa a alcançar um estado de satisfação. Para Mises, os indivíduos são movidos por suas preferências subjetivas e tomam decisões com base em seu conhecimento e nas circunstâncias em que se encontram.

Com base nessa perspectiva, Mises desenvolveu sua teoria dos preços e da alocação de recursos. Ele argumentava que os preços de mercado, formados por meio da interação entre compradores e vendedores, fornecem informações vitais sobre a escassez relativa dos bens e serviços.

Os preços refletem a oferta e a demanda e ajudam a coordenar a atividade econômica de maneira eficiente.

Além disso, Mises enfatizou a importância dos direitos de propriedade na economia. Ele argumentava que a propriedade privada era essencial para garantir a alocação eficiente dos recursos, pois dava aos indivíduos a responsabilidade e os incentivos para cuidar e utilizar adequadamente seus próprios bens.

Mises acreditava que qualquer violação dos direitos de propriedade, seja por meio de regulamentações governamentais excessivas ou por meio do socialismo, prejudicaria a coordenação e a eficiência econômica.

Mises também criticou fortemente as políticas intervencionistas do governo. Ele argumentava que a intervenção governamental na economia, como controle de preços, subsídios e regulamentações, levaria a consequências negativas, como distorções nos sinais de mercado, ineficiências e consequências não intencionais.

Mises defendia a importância de deixar que os mercados funcionassem livremente, permitindo que os indivíduos tomem suas próprias decisões e se adaptem às mudanças nas condições de mercado.

Quais as diferenças entre os pensamentos de John Keynes e von Mises?

Suas abordagens contrastantes refletem diferentes pontos de vista sobre o papel do governo na economia e a maneira como as crises econômicas devem ser enfrentadas.

Uma das principais diferenças entre Mises e Keynes é a visão sobre o papel do governo na economia. Mises era um defensor do livre mercado e acreditava que o governo deveria ter uma intervenção mínima na atividade econômica.

Ele argumentava que o mercado, através da livre troca e dos preços de mercado, era o mecanismo mais eficiente para a alocação de recursos e a geração de riqueza. Mises via a ação individual orientada pelos incentivos de mercado como a base para o progresso econômico.

Por outro lado, Keynes defendia uma intervenção mais ativa do governo na economia. Ele acreditava que o mercado era suscetível a falhas e que o governo deveria desempenhar um papel na estabilização da economia, especialmente durante períodos de recessão.

Keynes propôs que o governo pudesse impulsionar a economia por meio de gastos deficitários, investimentos públicos e políticas monetárias expansionistas. Ele argumentava que essas políticas poderiam estimular a demanda agregada e ajudar a superar as crises econômicas.

Outra diferença fundamental entre Mises e Keynes está relacionada à teoria do ciclo econômico. Mises desenvolveu sua teoria dos ciclos econômicos, na qual argumentava que as flutuações econômicas eram causadas principalmente pela expansão excessiva do crédito bancário.

Ele afirmava que essa expansão descontrolada levava a investimentos mal direcionados e a distorções na estrutura de produção, culminando em crises econômicas. Mises via as recessões como um processo de correção necessário para reequilibrar a economia.

Por sua vez, Keynes propôs uma explicação diferente para as crises econômicas. Ele argumentava que as flutuações econômicas eram resultado de insuficiência de demanda agregada.

Keynes acreditava que as economias poderiam ficar presas em um estado de desemprego e recessão, e que o governo deveria intervir para estimular a demanda e reativar a economia.

Ele propôs que o governo aumentasse os gastos para compensar a falta de demanda dos setores privados.

As diferenças entre Mises e Keynes também se estendem ao debate sobre a política monetária. Mises era um defensor da moeda forte e acreditava que a inflação era prejudicial para a economia, distorcendo os sinais de mercado e prejudicando a coordenação eficiente.

Ele via a estabilidade monetária como um elemento crucial para o crescimento econômico. Por outro lado, Keynes via a flexibilidade monetária como uma ferramenta para estimular a economia, especialmente durante períodos de recessão.

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